Um homem, seu Violão e a Humanidade Caótica

Ando pelas ruas desta cidade sórdida.
Olho em volta
Vejo essas pessoas, tão submersas em suas próprias vidas.
Parecem nem notar umas as outras

Penso como sou insignificante nesse grande mundo hostil.
Onde a crueldade de um homem é sua maior dádiva.
Onde armas são idolatradas e árvores morrem.
Onde a cor da pele é mais valiosa do que o caráter.
Onde a alma das pessoas morre cada dia um pouco mais.

A música invade meus ouvidos e me tira dos meus devaneios.
Um homem e seu violão.
Um aceno.
Um sorriso.
Alguns trocados.
Nada mais precisa ser dito.

Paro e ouço.
Deixo o som das cordas metálicas me levarem de volta aos meus pensamentos.

Penso no homem e seu violão.
E na música que ele toca.
É evidente todo o sentimento que ele coloca em cada um dos acordes.
Como se fosse sua última música.

Sorrio ao ver o homem tocar.
Deixo a sua felicidade me contagiar.
Olho em volta.
Vejo algumas pessoas paradas ali, e assim como eu, estão sorrindo.

Se ainda existem pessoas assim como esse homem
Capazes de contagiar outras pessoas com sua felicidade.
Capazes de despertar o amor por onde passam.
A humanidade não está totalmente perdida.
Assim concluo meus pensamentos
E volto a ouvir a música que o homem toca para tocar as pessoas.

- Duda Fagundes

Comentários

Querida Duda...é nítida tua maturidade literária. Que orgulho! Sinto-me honrada, não apenas por ter sido tua primeira professora, mas por poder acompanhar tua evolução estética e o crescimento da tua poética a cada dia. Parabéns... prossegue. Tens um futuro promissor. Beijocas, Edi.

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