Poesia Mórbida

Espalho coisas pelo chão
Me olho no espelho quebrado
"Essa não sou mais eu"
E definitivamente, não era.
Quem eu era se foi
Junto com a minha alma que eu joguei pela janela.

O sangue escorre pelas minhas mãos.
Corro até o quarto.
Abro o armário. 
Jogo todas as minhas roupas na cama
Minhas mãos tingem tudo de vermelho
Reviro caixas, gavetas.

Finalmente acho aquilo que procurava
Ao lado de um quadro quebrado, como meu coração
Pego com delicadeza aquele objeto, pequeno, porém, fatal, parecido comigo.
Rio sem humor com a comparação, minhas mãos tremem.

"Será que devo?"
Não há tempo para dúvidas.
Se não for pelas minhas mãos, serão pelas suas.

Fecho os olhos
O silêncio parece me encorajar.
Chega disso. Adeus Vida.
Sinto o cano de metal na minha cabeça e...

Esse é o fim...
 ao lado de uma foto sua, meu corpo cai.
Gélido.
Imóvel.
Sem vida.

-Duda Fagundes


Comentários

v i † o r disse…
Indentifiquei-me com o estilo desse texto

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