O Poeta
Caminhava sozinho ao fim da tarde
Cantarolava alguma música que ouvira na infância
Tropeçava em algumas palavras
Ria
E continuava a cantar.
Contemplava o sol, e o agradecia
Mas não sabia que até o sol invejava o brilho de sua alma
O vento era seu amigo
Passava rapidamente bagunçando seus poucos cabelos brancos
Ele ria, agradecia e partia
Ele amava uma mulher
Quase tão bela quanto ele
Ensinou-a a ver o mundo do seu jeito
Ela se apaixonou pelo seu mundo tão belo
Nunca mais deixou
Ela carregava as dores dele
Ele carregava as dores do mundo
E assim, eram felizes
Como dois adolescentes apaixonados
Viveram assim por vários anos
Juntos cantavam, dançavam, faziam poesias, liam, cozinhavam, bagunçavam
Juntos, eles amavam.
Eram quase como um só
Mas, o jardineiro da vida sabe quando colher suas mais belas flores
Lutou bravamente até seu último suspiro de vida
Morreu assim o poeta, ao lado de sua amada
Feliz, por ter vivido a sua vida tão intensamente quanto planejava
-Duda Fagundes
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