Viajante

Aqui estou eu, se é que ainda posso me chamar assim, nem sei direito se sou eu, me sinto como uma sombra do que antigamente, eu possa ter sido. Pouco me importa o que me trouxe até aqui, nessa cidade estranhamente familiar, e essas pessoas que eu devo ter conhecido um dia. A vida inteira, procurei alguém que me completasse, sem perceber que estava completa sozinha, então, sumi do meu mundo, e conheci vários outros, mas no fim, acabei me perdendo ainda mais, deixei pedaços de mim pelo caminho, por cada lugar onde passei, e em cada pessoa que conheci, na esperança de que alguém os siga e me encontre, e talvez, quem sabe, me convide para tomar um café e conversar.

Eu sempre gostei de café, talvez pelo contraste da minha personalidade doce com o gosto amargo. A propósito, que horas são? Tudo bem, pouco importa. Está escuro. Parece que vai chover. Ando mais rápido, indo a lugar algum, com pressa de chegar, Não sei mais se o que molha meu rosto são as minhas lágrimas ou as gotas de chuva. Sento no meio-fio, choro feito uma criança, com as roupas molhadas e o coração em pedaços. Não sei mais o que fazer, todos os caminhos parecem levar a um só lugar, por mais que eu tente fugir da minha história, ela não pode ser apagada. Levanto, arrumo a mochila, limpo as lágrimas e entro em uma pequena cafeteria, para me aquecer. 

Não posso desistir agora, preciso ter coragem para continuar, minha história não terá um fim desse jeito, não posso apagar o passado, mas ainda posso escrever o futuro, continuarei andando pelo mundo, a procura de algo que me faça encontrar aquilo que perdi, em algum momento da minha jornada.

-Duda Fagundes

Comentários

Ana Beatriz disse…
uauuuuuuuuu! <3

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